
O Livro Sagrado foi escrito por diversos autores e em épocas
e lugares distintos. Este facto condiciona, por vezes a compreensão correcta do
texto sagrado. A variedade de interpretações da Bíblia que tem surgido ao longo
do tempo deve-se, essencialmente, ao fraco conhecimento das regras de
hermenêutica e exegese. É necessário tornar o autor um contemporâneo do leitor,
aproximando este à compreensão da época em que o texto foi escrito.
Ao empreendermos a tarefa de ler e interpretar a Bíblia
devemos admitir, de acordo com 2Pedro 3:15,16 que existem algumas coisas
difíceis de entender a princípio, que é possível “torcer” as Escrituras, e que
o apóstolo Pedro teve dificuldades para entender alguns dos escritos de Paulo.
O próprio Senhor Jesus reconheceu a necessidade de explicar as Escrituras
(Lucas 24:27). Por outro lado, Deus deseja que “manejemos” bem as Escrituras
(II Timóteo 2:15).
Existem alguns bloqueios à compreensão espontânea da Bíblia
ao nível histórico, cultural e linguístico: Historicamente, estamos largamente
separados da época dos escritores bíblicos; desde Moisés até João a Bíblia
cobre um período de 1500 a 1600 anos – exceptuando as profecias para o tempo do
fim; com o tempo, muitos detalhes se perderam. Assim que, se compreendermos os
factos históricos, melhor compreenderemos os factos teológicos. Ao nível da
Cultura podemos assumir que é um dos bloqueios mais difícil de ser transposto,
a nossa cultura é radicalmente diferente da dos povos bíblicos, cada um de nós
vê aquilo que está condicionado a ver, o que requer que nos coloquemos numa
posição neutra. No que diz respeito ao aspecto linguístico, importa referir que
até nas melhores traduções há problemas. Existem expressões específicas de uma
língua, de um povo e há falta de equivalência entre algumas palavras
traduzidas.
A arte de interpretação da linguagem bíblica deve obedecer a
alguns princípios gerais como apresento abaixo:
· Dentro da Bíblia existem coisas secundárias por
natureza. Estas contribuem para se entender o ponto central, mas não são o
ponto central;
·
Os conhecimentos que temos acerca de Deus são
parciais (limitados);
·
A Bíblia não contém uma revelação total de Deus,
mas uma revelação parcial daquilo que é necessário para a nossa salvação.
Com tudo o que acabo de expor neste artigo, desejo que cada
amante da palavra de Deus possa investigar correctamente a Bíblia, procurando
aplicar os conhecimentos adquiridos à sua própria vida e que a sua experiência
com Deus aumente progressivamente.
Eu_rico Correia
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